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Junho 2024
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Passeios pela Catalunha
Tão
pouco tempo, tantos lugares para visitar. Mas consegui ir a alguns
locais nos arredores da cidade enquanto estive em Barcelona.
Fui a Girona, 100 km ao nordeste de Barcelona, com uma população de
aproximadamente 100.000 pessoas. Muitas ruas e construções no Barri Vell
(Cidade Antiga) ainda têm o mesmo aspecto que tinham na Idade Média, o
que atrai não somente turistas mas também equipes de filmagem. Parte da
sexta temporada de Game of Thrones foi rodada aqui. Por
exemplo, lembram da cena onde a Arya Stark pede esmola ao pé de uma
escadaria em Bravos? Sentei naqueles mesmos degraus (mas ninguém me deu
dinheiro). Visitei as duas igrejas principais, (Basílica de Sant Feliu e
Catedral de Santa Maria), o monastério de Sant Pere de Galligants (que
agora é um museu arqueológico e também onde o Samwell Tarly foi estudar
para ser maester), as muralhas antigas da cidade, e os banhos árabes.
Almocei na praça central (um filé decente com um honesto vinho tinto) e
comi o doce local, o xuixo (uma espécie de sonho compridinho recheado
com crema catalana).
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Girona
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Sant Pere de Galligants
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Também fui a algumas vilas medievais. Besalú
(população: 2.467) tem uma ponte romanesca do século 12 sobre o rio
Fluvià, o que já vale a visita. Castellfollit de la Roca (população:
956) é uma vilazinha construída no topo de uma elevação criada por rios
de lava. O nome quer dizer literalmente "o castelo louco sobre a rocha".
Tavertet (população: 111) está a 900 metros acima do nível do mar e tem
uma bela vista sobre o penhasco (os Cingles de Tavertet). E Rupit
(população: 193) é famosa pela comida (e também uma simpática ponte de
corda). Lá eu almocei a saborosa iguaria local vedella amb bolets
(ensopado de vitela com cogumelos).
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Besalú
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Cingles de Tavertet
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Visitei Lloret de Mar (população: 37.350), a
mesma cidade litorânea onde morei e trabalhei como DJ há mais de
quarenta anos. O lugar cresceu e se desenvolveu, claro, mas consegui
encontrar todos os locais tão familiares naquela fase da minha vida,
incluindo o Hotel Don Juan, que ainda tem a mesma piscina onde dei aulas
de natação e o mesmo palco onde toquei discos clássicos como Tainted Love do Soft Cell e Don't You Want Me do Human League.
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Lloret de Mar
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De lá peguei um barco para Tossa de Mar
(população: 5.584), a cidade seguinte na Costa Brava. Muito menor que
Lloret de Mar mas mais interessante. Ainda tem boa parte da muralha
construída no século 12 como defesa contra piratas, e também as velhas
ruas de paralelepípedos e uns quantos prédios medievais. Foi em Tossa de
Mar que filmaram Pandora and the Flying Dutchman em 1950, e a
cidade tem uma estátua da Ava Gardner para comemorar. No almoço, comi o
prato local, o delicioso cim i tomba (ensopado de peixe com batatas, o
meu foi com peixe-escorpião).
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Tossa de Mar
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Cim i tomba
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Outro passeio que fiz foi todo sobre o
Salvador Dalí (que em 2024 completaria 120 anos de idade). Primeiro fui a
Figueres (população: 46.381), onde ele nasceu, para visitar o Teatro
Museo Dalí, que é o seu museu principal e por algum tempo também foi a
sua residência. De lá fui a Cadaqués (população: 2.752), onde a família
do Dalí tinha uma casa de férias quando ele era criança. É uma linda
baía cheia de casinhas brancas (me fez lembrar a Grécia). Almocei lá,
olhando para o mar azul e me enchendo de vieiras gratinadas. Por fim,
fui a Port Lligat, que faz parte de Cadaqués mas fica em outra baía do
outro lado do morro, para visitar a casa onde o Dalí morava e pintava.
Originalmente era uma casa de pescadores, que o Dalí expandiu e agregou
as casas vizinhas. Em 1982, quando sua esposa Gala morreu, ele fechou a
casa e nunca retornou, deixando tudo como estava e transformando o local
num documento histórico. Fascinante.
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Quarto do Salvador Dalí
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Cadaqués
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Port Lligat
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Vieiras gratinadas
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E os problemas com as máquinas?
O
iPhone foi fácil de consertar. Deixei-o na Apple Store, eles trocaram
todas as entranhas do aparelho, e um par de horas depois estava me
esperando no balcão. O computador foi um pouco mais complicado.
Encontrei uma empresa aqui em Barcelona especializada em recuperação de
dados, e depois de um mês futucando eles conseguiram recuperar quase
todos os arquivos. Foi caro, mas custou menos de 25% dos orçamentos que
me deram nos EUA. Na Apple Store, troquei o computador velho por um iPad
novo, e troquei o iPad velho por um Apple Pencil. Agora o único
equipamento velho que tenho (sem contar o dono) é a minha câmara
Fujifilm. Espero que ela ainda tenha uma longa vida.
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O que mais?
Ainda encontrei tempo para fazer um curso de dois meses na Central del Raval chamado Puertas de Entrada,
uma mistura de filosofia e literatura. A lista de leitura foi intensa,
incluindo livros de Nietzsche, Freud, Benjamin, Ricoeur, Foucault,
Deleuze, Baudrillard, Debord, mais quatro novelas e uma dúzia de contos.
Interessante e divertido.
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E agora?
Próxima parada, Sarajevo, capital da Bosnia e Herzegovina. Mas esta é uma história para outra hora.
Ugodan dan! (Isto é "tenha um bom dia" em bósnio.)
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