Dezembro 2023

Um mês em Bali

Estou em Bali. Mais especificamente, aluguei um apartamento dentro do hotel Jayakarta Bali Beach Resort & Spa, que fica no distrito de Kuta, em Bali, uma das ilhas do Arquipélago da Sunda e parte da Indonésia. Só preciso atravessar a rua e já estou pisando em areia branquinha e admirando um mar maravilhoso. (Se você olhar num mapa, parece que seria o Oceano Índico, mas tecnicamente pode ser considerado o fim do Oceano Pacífico - de qualquer forma, fica na transição entre os dois oceanos e é muito bonito.)

Enquanto as praias são agradáveis, a cidade é o oposto. A conurbação formada por Denpasar (capital de Bali), Kuta, Legian, e Seminyak, parece um favelão. As ruas estreitas estão tomadas por lojinhas desconjuntadas seguidas de mais lojinhas desconjuntadas, todas vendendo as mesmas bolsas Louis Vuitton falsificadas e as mesmas roupas Nike falsificadas. Pelo meio, salas de massagem suspeitas e lojas de conveniência com os piores produtos possíveis. E todos estão numa missão para vender alguma coisa, qualquer coisa. "Ei, patrão! Táxi?" (Eles não estão falando de automóveis com licença para levar passageiros, o que eles estão oferecendo são umas motocicletas assassinas que enchem as ruas como enxames e ameaçam a vida de todos ao redor.) "Patrão, bebida gelada?" (E apontam para umas latinhas de cerveja boiando numa água que algum dia pode ter sido gelo.) "Patrão! Óculos escuros? Tatuagem? Chapéu? Massagem?" As casas bacanas (luxury villas) estão escondidas e só podem ser acessadas através de um labirinto de becos e vielas. Este circuito interior é o que eu uso para ir a mercado ou a um restaurante, evitando o assédio dos camelôs.

O meu objetivo principal aqui era relaxar. Então, depois de ter explorado um pouco as redondezas, me acomodei numa rotina simples. Acordo cedo, ouvindo os passarinhos. Como uma fruta e vou para a piscina (sim, eu nado com a elegância de um pinguim bêbado). Fico na água ao som de rindik (é um instrumento de percussão balinês, feito de bambu). Chuveiro. Almoço. Trabalho até perto do pôr do sol. Caminhada pela praia vendo o sol desaparecer. Jantar. Aí me preparo para fazer a mesma coisa no dia seguinte. É uma vida dura.

A praia em frente ao meu apartamento.

E os passeios?

Estou na praia, mas dei umas espiadas pelo interior da ilha. Em Ubud, visitei o Puri Saren Agung, um palácio do século 18 que foi residência do último monarca de Ubud no século 20. É um estilo aberto e quase parece um templo.

Puri Saren Agung
Na aldeia vizinha de Padangtegal, visitei a famosa Floresta dos Macacos, um santuário com uns 1200 macacos balineses (Macaca fascicularis). Não são treinados nem domesticados, mas são suficientemente espertos para ficarem perto de humanos que os alimentam.
Floresta dos Macacos
Na aldeia de Tegallalang, fui admirar as famosas plantações de arroz em degraus.
Tegallalang
Na aldeia de Tampaksiring, visitei o Pura Tirta Empul, o templo da fonte sagrada, onde os balineses praticantes do hinduísmo vão fazer o ritual de purificação pela água desde aproximadamente o ano de 962.
Pura Tirta Empul
Também em Tampaksiring, fui a uma prova de infusões. Incluiu café balinês, café com coco, café com baunilha, café com gengibre, café com ginseng, infusão de mangostim, infusão de gengibre, infusão de capim limão, chocolate quente balinês, mocaccino balinês, infusão de hibiscus, e o famoso kopi luwak. É um café feito com grãos parcialmente digeridos, que foram ingeridos e depois defecados por um felino chamado civeta de palmeira asiática. Aparentemente foi ideia dos colonizadores holandeses fazer café com grãos encontrados nas fezes do animal. Para mim, o gosto pareceu o mesmo do café normal, apesar de ser muito mais caro.

E a comida?

O prato mais comum por aqui é o nasi goreng, arroz frito no estilo do sudeste asiático. Infelizmente, o óleo que eles usam (acho que é óleo de palmeira) deixa um gosto que não me agrada. Então tenho sempre pedido arroz cozido no vapor.

Os dois melhores pratos que comi aqui foram o bebek tepi sawah (tradicional pato grelhado, com legumes e arroz) e o iga bakar babi (costelinhas de porco grelhadas, com legumes e arroz).

Também tenho evitado consumir álcool aqui em Bali, por causa das várias notícias sobre bebidas falsificadas causando envenenamento por metanol. Decidi não arriscar, e as minhas bebidas principais aqui são sucos de manga e de melancia.

E depois de Bali?

No início de janeiro me mudo para Bangkok, capital da Tailândia. Essa história eu conto mais tarde.

Feliz ano novo!

Pôr do sol em Bali
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