Dezembro 2022

Halloween em New Orleans

Eu adoro New Orleans. Mais especificamente, eu adoro o French Quarter, bairro de arquitetura histórica de inspiração francesa e espanhola. Ainda mais especificamente, eu adoro o nordeste do French Quarter, uma área residencial calma pertinho da tradicional Esplanade Avenue. E foi lá que aluguei um apartamento durante o mês de outubro. O lugar era excelente, com um pátio agradável que se tornou meu escritório.

Foi um mês relaxante. Dei longas caminhadas apreciando a arquitetura deliciosa do bairro ou olhando os barcos atravessando o rio Mississippi. E, claro, visitei os museus habituais: o New Orleans Jazz Museum (onde você pode ver, entre vários outros objetos, o trompete do Louis Armstrong e o piano branco do Fats Domino), o Cabildo (mostrando a história de New Orleans), o Presbytère (exposições sobre o furacão Katrina e sobre o Carnaval local), a 1850 House (uma casa de classe média alta do século 19, decorada com os móveis originais), o New Orleans Museum of Art (Bellini, Degas, Kandinsky, Magritte, Miró, Modigliani, Picasso, Renoir, Tintoretto, e muitos outros). Também visitei as casas de alguns escritores que moraram na cidade: Tennessee Williams, William Faulkner, e Lafcadio Hearne.

E a comida?

New Orleans tem alguns dos meus restaurantes preferidos. Mas desde a pandemia de COVID-19 a maioria está funcionando em horários reduzidos, e é muito difícil achar uma mesa. Nem consegui reserva no Brennan's ou no Antoine's durante o mês que fiquei na cidade. Mas isso não me impediu de comer bem, claro.

Meu apartamento ficava a poucos quarteirões do melhor lugar em New Orleans para comer po-boys, o Verti Marte. Para quem não sabe, po-boy é o sanduíche tradicional da Louisiana, e tem múltiplas variações, desde rosbife ou almôndega até camarão ou caranguejo. Eu comi vários deles, e o meu favorito é o All That Jazz: presunto grelhado, peru, camarão, queijo suíço, queijo prato, cogumelos grelhados, tomates, e o molho secreto que eles fazem, tudo num pão francês tostado na chapa. Espectacular!

New Orleans é uma cidade de coquetéis, então deixei o vinho de lado por um mês e explorei as misturas alcoólicas disponíveis. Tomei Ramos Gin Fizz (gim, suco de limão, suco de lima, clara de ovo, açúcar, creme de leite, flor de laranjeira, e soda) no Bar Tonique. Leva doze minutos pra misturar e deixar tudo bem espumante, e antigamente, antes das batedeiras elétricas, eles passavam o drink de bartender para bartender para cada um chacoalhar um pouco e ninguém ficar cansado. Tomei Vieux Carré (whiskey de centeio, cognac, vermouth doce, Bénédictine, e bitter) no Hotel Monteleone, onde foi inventado e servido para gente como Ernest Hemingway, Tennessee Williams, e William Faulkner. Tomei Café Brûlot (café, licor de laranja, canela, açúcar, cravo, e casca de limão) no Antoine's, um dos restaurantes que continuaram servindo álcool durante o período da Lei Seca. Mas os drinks que eu bebi mais foram os dois mais tradicionais de New Orleans. Durante o dia, meu preferido é o Hurricane (rum claro, rum escuro, suco de limão, e maracujá). Foi inventado no Pat O'Brien's Bar, mas o melhor que eu bebi foi no Lafitte's Blacksmith Shop, que, como o nome indica, no século dezenove era uma loja de ferreiro do pirata Jean Lafitte mas agora é um bar muito popular. À noite, minha preferência vai para o clássico Sazerac (whiskey de centeio, Herbsaint, bitters, e açúcar). Bebi em vários lugares, incluindo a Sazerac House, que é um museu, bar, e loja, e o Pirate's Alley Café, onde se pode tomar a receita original (cognac, absinto, bitters, e açúcar).

Depois de tanta bebida, o que vem a seguir?

Já estou no Brasil, visitando minha mãe. Daqui vou para Montevideo por um mês, e no início do próximo ano me mudo para Buenos Aires. Hasta la vista, baby!

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