Então quais são as novidades?
Escolhi
2022 para ser meu ano de mudanças. Vocês sabem que já me mudei várias
vezes, para diferentes cidades, países, e continentes. Desta vez estou
mudando até a forma de mudar. Em vez de simplesmente estabelecer
residência num novo lugar, agora passo a não ter residência fixa por
mais de alguns meses. No momento, estou num hotel em Washington DC, me
despedindo da cidade onde morei de 2006 a 2012. No meio de janeiro parto
para Lisboa, e fico em Portugal até abril. De lá vou para Sofia,
capital da Bulgária, e depois para Bucareste, capital da Romênia, onde
fico até julho. A parada seguinte ainda não está escolhida.
Tive que fazer algumas adaptações para poder adotar esta existência
nômade. No meu último apartamento, em Baltimore, eu abrigava uma
considerável coleção de livros, além de todas aquelas coisas que vamos
guardando sem nunca utilizar. Fiz uma triagem e doei trinta caixas de
livros. Sobraram ainda oitenta caixas de livros (quase cinco mil
volumes), que agora dormem temporariamente num armazém perto de
Washington. O resto, incluindo móveis, utensílios de cozinha, e objetos
de decoração, também doei. Fiquei somente com as roupas e sapatos que
couberam em três malas, mais um computador (pequeno) e uma câmara
fotográfica (pequena). Enfim, o que consigo carregar comigo sem grandes
complicações. Vou sentir falta de alguns confortos, como o meu tetsubin
(chaleira de ferro fundido para fazer chá) ou as telas grandes (de
televisão e de computador). Mas a sensação de leveza e desatrelamento já
começa a se fazer sentir. É a minha nova vida. Uns dizem que sou um
nômade digital. Outros acham que sou um turista que viaja extremamente
devagar.
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